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Diagnóstico e Tratamentos

Centro Integrado de Baixa Visão

Nasceu em 2018 na Clinsborges uma parceria entre saúde visual, alta tecnologia (representada pela Hemicare) e apoio psicológico que se envolve com base em 3 valores: inclusão, informação e prevenção.

De uma oportunidade de trabalho conjunto e partilha de conhecimentos entre a Clínica Oftalmológica Prof. Doutor J. Salgado Borges / Clinsborges e a Hemicare, empresa de equipamentos de alta tecnologia em baixa visão, inaugurou-se no Porto o primeiro centro que visa melhorar a qualidade de vida dos cidadãos com visão reduzida, independentemente das suas necessidades, possibilidades e faixa etária.

Muitas vezes aos problemas visuais associam-se alterações psicológicas e para lidar com este aspecto pode contar-se com Margarida Gomes, psicóloga de profissão, ligada a problemas de sub-visão há quase 15 anos, que dará o apoio necessário aos doentes que, nestas situações, têm muitas dificuldades de integração e adaptação.

Este apoio passa por motivá-los a seguir os tratamentos e a indicar os procedimentos a tomar, assim como prestar apoio familiar. A psicóloga refere que em regra as pessoas ficam muito concentradas na sua incapacidade para realizar as tarefas diárias, o que afeta a auto-estima. Afirma ainda que “o importante é combinar as várias abordagens: para além da abordagem médica/clínica e da tecnológica, a intervenção psicológica pretende ajudar na adaptação ao dia a dia”.

Tendo em conta que, de todos os nossos sentidos, a visão é o que nos proporciona mais informação, é de esperar que as pessoas que perdem a visão sofram um grande impacto psicológico. Este é um acontecimento que provoca grandes alterações no quotidiano, diminuindo a capacidade de realização de tarefas e de participação familiar, social e laboral.

As reacções à perda de visão podem ser muito variadas na forma e no tempo em que se manifestam. De toda a investigação existente sobre o impacto da incapacidade na vida psicológica dos indivíduos, a teoria mais conhecida talvez seja a que nos apresenta um modelo de adaptação por etapas pelas quais o indivíduo vai passando, desde o choque e a negação, até à aceitação.

Contudo, não existem evidências empíricas e clínicas suficientes que comprovem essa sequência ordenada de adaptação progressiva.

Em termos gerais, as pessoas podem apresentar sintomas de choque, sintomas depressivos, tristeza, angústia face ao futuro, elevados níveis de ansiedade (relacionados com os muitos medos que surgiram com a perda de visão e com a grande insegurança que sentem), baixa auto-estima, tendência para evitar situações familiares e sociais, etc. A recuperação psicológica é muito variável, dependendo da conjugação de factores pessoais, familiares, contextuais.

A ajuda psicológica especializada contribui decisivamente para um melhor ajustamento emocional e uma mais rápida recuperação nas áreas que a pessoa defina como mais importantes para si, tendo assim a oportunidade de reutilizar os seus próprios recursos pessoais e proceder às adaptações que a nova realidade esteja a exigir.

É fundamental que a pessoa possa restaurar o máximo da sua autonomia, de forma gradual e realista, para se manter activa, informada e participativa no seu meio.

O apoio, informação e aconselhamento para a adaptação a perdas graves de visão são também um recurso importante para os familiares das pessoas com baixa visão, que frequentemente se sentem impotentes para lidar com a situação.

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