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Campimetria: a sua importância e relação com a Saúde Ocular

Campimetria: a sua importância e relação com a Saúde Ocular

O campo visual, numa linguagem simples e compreensível, refere-se à totalidade da área que é visível quando os olhos estão fixados num ponto específico, sem que haja necessidade de mover a cabeça ou os olhos. Este conceito é de extrema importância na oftalmologia, pois abrange tanto a visão que temos diretamente à nossa frente (visão central) como aquela que percebemos à nossa volta (visão periférica).

Definição breve de campo visual

O campo visual pode ser definido como a área total que um indivíduo consegue visualizar sem mover a cabeça ou os olhos, englobando tanto a visão frontal como a lateral. Esta área compreende não só aquilo que vemos diretamente à nossa frente, mas também tudo o que é percepcionado nos extremos do nosso olhar, até aos limites da nossa capacidade visual lateral.

Como os nossos olhos captam tanto a visão central quanto a periférica

A nossa capacidade de captar simultaneamente a visão central e periférica resulta da combinação da anatomia dos nossos olhos e do funcionamento do sistema nervoso. No centro da retina, temos a mácula, uma pequena área responsável pela visão central e detalhada. É aqui que focamos quando lemos ou observamos um objeto em pormenor. Em contrapartida, a visão periférica, embora menos detalhada, é captada pela parte mais externa da retina e permite-nos detectar movimentos e formas fora do nosso foco direto.

Quando olhamos para um objecto, a luz reflectida por esse objecto entra nos nossos olhos, passando pela córnea e pelo cristalino, até atingir a retina. A retina, então, converte essa luz em impulsos elétricos que são enviados ao cérebro através do nervo óptico. O nosso cérebro interpreta esses impulsos, permitindo-nos ver tanto o objecto focado assim como tudo que está à sua volta.

Em suma, é graças à complexa interação entre a estrutura dos nossos olhos e o processamento cerebral que conseguimos uma visão panorâmica do mundo, captando de forma simultânea tanto os detalhes centrais quanto os elementos mais periféricos.

O que é a Campimetria?

A campimetria, muitas vezes também referida como perimetria, é uma técnica de diagnóstico que se utiliza para avaliar o campo visual de um indivíduo. Através desta técnica, é possível determinar a presença, extensão e localização de áreas do campo visual onde a visão está comprometida ou ausente.

Definição detalhada da campimetria

A campimetria é um exame que avalia a capacidade do olho para detectar luzes de intensidades variadas e objectos de tamanho diferente em partes distintas do campo visual. Durante o exame, é solicitado ao paciente que fixe o olhar num ponto central, enquanto luzes de intensidade variável são apresentadas em diferentes áreas do campo visual. Ao identificar a presença da luz, o paciente dá um sinal, geralmente através de um botão. O exame permite assim criar um mapa ou gráfico do campo visual, identificando zonas onde a percepção visual pode estar reduzida ou ausente.

Objetivos do exame: detecção e acompanhamento de patologias

A campimetria é uma ferramenta diagnóstica crucial para detectar e monitorizar diversas patologias oculares e do sistema nervoso. Algumas das patologias que podem ser detectadas ou acompanhadas através deste exame incluem:

  • Glaucoma: uma doença que provoca lesão no nervo óptico e que pode levar à perda visual. A campimetria é essencial para detectar o comprometimento típico do campo visual nesta doença e para monitorizar a sua progressão ou resposta ao tratamento.
  • Doenças da retina: como degenerescências ou descolamentos da retina, que podem comprometer o campo visual de formas características.
  • Lesões ou tumores cerebrais: que afetam o trajeto ou a função do nervo óptico ou das vias ópticas até ao cérebro.

A importância do exame na oftalmologia

Na oftalmologia, a campimetria é um exame de bastante importância. Ela não só permite o diagnóstico precoce de várias condições que afetam o campo visual, como também possibilita a avaliação da eficácia de tratamentos e a monitorização da evolução da doença. Pela sua capacidade de identificar comprometimentos específicos do campo visual, pode também auxiliar no diagnóstico diferencial de várias patologias, guiando o clínico para o melhor percurso terapêutico a seguir. Em resumo, a campimetria é uma ferramenta indispensável no arsenal de diagnóstico da oftalmologia moderna.

Diferentes Tipos de Campimetria

Ao longo dos anos, diferentes técnicas e metodologias foram desenvolvidas para avaliar o campo visual dos pacientes. Estas técnicas têm evoluído, permitindo uma maior precisão e adaptação conforme as necessidades clínicas. A seguir, serão descritos três tipos distintos de campimetria.

Campimetria por confrontação:

Descrição e aplicabilidade

A campimetria por confrontação é o método mais simples e rápido para avaliar um campo visual. Neste exame, o médico oftalmologista avalia o campo visual do paciente comparando-o com o seu próprio campo visual. O paciente e o examinador estão frente a frente, cada um com um olho coberto (o olho direito do paciente em confronto com o olho esquerdo do examinador e vice-versa). O examinador move então um objeto ou os seus dedos na periferia do campo visual e pede ao paciente para indicar quando e onde vê o movimento.

A campimetria por confrontação é especialmente útil em contextos clínicos onde equipamentos mais avançados não estão disponíveis ou para uma avaliação rápida e preliminar do campo visual.

Campimetria ou Perimetria Dinâmica ou Cinética:

Equipamentos utilizados e como o teste é realizado

Neste método, um ponto luminoso é movido do ponto cego (onde o paciente não o consegue ver) em direção ao ponto onde o paciente começa a percebê-lo. Tradicionalmente, este teste é realizado com um perímetro de Goldman, um instrumento semiesférico onde o ponto luminoso é movido manualmente.

O paciente fixa o olhar num ponto central, enquanto o examinador move o estímulo luminoso em diferentes direções. A resposta do paciente permite traçar as fronteiras do seu campo visual.

Campimetria ou Perimetria Estática Computorizada (PEC):

Benefícios da modernidade e precisão deste método

A campimetria computorizada representa o que há de mais moderno e preciso na avaliação do campo visual. Utilizando software especializado e hardware adaptado, este método consegue detectar e quantificar até as menores alterações no campo visual de um paciente.

Uma das principais vantagens da campimetria computorizada é a sua capacidade de apresentar estímulos visuais de forma standard, eliminando o fator humano que pode introduzir variação nos testes manuais. O software também permite armazenar e comparar os resultados ao longo do tempo, facilitando a detecção de mudanças subtis ou progressivas no campo visual.

Outro benefício é a rapidez e eficiência com que o teste é realizado, oferecendo maior conforto ao paciente e permitindo uma maior quantidade de dados a ser recolhida em menos tempo.

Em resumo, enquanto a campimetria por confrontação e dinâmica ainda têm o seu lugar em determinadas situações clínicas, a campimetria computorizada é, sem dúvida, a ferramenta de escolha para uma avaliação detalhada e precisa do campo visual na oftalmologia moderna.

Como se Realiza a Campimetria Computorizada?

A campimetria computorizada tem vindo a revolucionar a forma como os oftalmologistas avaliam e monitorizam o campo visual dos seus pacientes. Este método oferece uma precisão e uma objetividade inegualáveis, sendo hoje uma ferramenta essencial na prática clínica oftalmológica. A seguir, descreve-se em detalhe o processo do exame.

Descrição detalhada do processo do exame:

  • Preparação: Antes de iniciar o teste, o paciente é acomodado numa cadeira e posicionado em frente ao campímetro, que se assemelha a uma cúpula semiesférica. O queixo apoia-se numa superfície acolchoada para que o paciente mantenha a cabeça estável durante o exame.
  • Calibração: Antes do exame começar propriamente dito, o equipamento é calibrado para garantir que a luminosidade e outros parâmetros estão corretos.
  • Instruções ao paciente: Explica-se ao paciente que lhe serão apresentados estímulos luminosos de diferentes intensidades em várias áreas da cúpula. O paciente deverá fixar o olhar num ponto central durante todo o teste e pressionar um botão cada vez que vir um ponto luminoso.
  • Realização do teste: Ao longo do exame, o software vai apresentando estímulos em diferentes locais e com diferentes intensidades. O paciente pressiona o botão sempre que vê um destes pontos, e o software regista a resposta.
  • Análise dos resultados: No final do exame, o software produz um mapa detalhado do campo visual do paciente, destacando quaisquer áreas de perda visual ou redução de sensibilidade.

A experiência do paciente durante o exame:

O exame é indolor e não invasivo. No entanto, pode ser um pouco cansativo, especialmente para pacientes com problemas visuais significativos, uma vez que é crucial manter o olhar fixo e concentrar-se em detectar os estímulos luminosos. O ambiente é escurecido para maximizar a precisão do teste, e o exame pode durar entre 10 a 20 minutos para cada olho.

A importância da participação ativa do paciente:

A participação ativa e a compreensão do paciente são fundamentais para a precisão do exame. Uma resposta tardia ou a falta de resposta a um estímulo pode levar a resultados imprecisos. Além disso, a movimentação dos olhos ou a perda de foco no ponto central podem comprometer a qualidade dos dados recolhidos. Assim, é vital que o paciente compreenda bem as instruções e se empenhe na sua realização correta. Uma boa comunicação entre o oftalmologista ou o técnico e o paciente é crucial para garantir a precisão e a fiabilidade dos resultados da campimetria computorizada.

Indicações para a Realização da Campimetria

Doenças e condições oftálmicas que podem exigir um exame de campimetria:

  • Glaucoma: Esta é uma das principais indicações. O glaucoma é uma doença que causa danos ao nervo óptico, muitas vezes devido a uma pressão intraocular elevada. Um dos primeiros sinais é a perda do campo visual periférico.
  • Suspeita de tumores cerebrais: Um tumor cerebral pode exercer pressão sobre os nervos ou áreas do cérebro responsáveis pela visão, causando perda de campo visual.
  • Retinite pigmentosa: Esta é uma doença hereditária que causa a degeneração da retina e leva a uma perda gradual do campo visual, fundamentalmente a partir da periferia.
  • Lesões do nervo óptico: Traumas ou outras lesões podem afetar o nervo óptico e resultar em perda de campo visual.
  • Doenças neuro-oftálmicas: Condições como a neurite óptica ou doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla, podem manifestar-se com perdas no campo visual.

Quando um médico oftalmologista pode recomendar o exame:

  • Quando há sintomas clínicos como redução da visão periférica ou pontos cegos na visão.
  • Se houver sinais de alterações do disco óptico no exame oftalmológico de rotina.
  • Monitorização da progressão de doenças já diagnosticadas.
  • Como parte de um check-up oftalmológico completo, especialmente em pacientes com risco elevado para certas condições, como o glaucoma.

A importância do exame no diagnóstico precoce:

A campimetria é vital para detectar doenças em estadios iniciais, quando muitas vezes são ainda tratáveis. Em condições como o glaucoma, a detecção e o tratamento precoce pode prevenir a perda permanente de visão. Além disso, em casos de suspeita de tumores cerebrais ou outras condições neurológicas, a identificação precoce pode ser crucial para um prognóstico favorável. Assim, este exame desempenha um papel fundamental na preservação da visão e na saúde geral dos pacientes.

Outros Exames Oftalmológicos Complementares

A oftalmologia, enquanto especialidade médica, dispõe de uma série de exames complementares que permitem ao médico oftalmologista avaliar, diagnosticar e acompanhar diversas patologias oculares. Estes exames são essenciais para uma análise pormenorizada das diferentes estruturas oculares e para a elaboração de um plano terapêutico adequado. Vamos conhecer alguns dos exames mais utilizados:

  • Topografia da córnea: Este exame avalia a superfície da córnea, permitindo identificar irregularidades, astigmatismos e outras patologias. É frequentemente utilizado em avaliações pré-operatórias para cirurgias refrativas ou na detecção de condições como o ceratocone.
  • Fundoscopia: Também conhecida como oftalmoscopia, a fundoscopia é um exame que permite observar o fundo do olho, especificamente a retina, o nervo óptico e os vasos sanguíneos. É essencial para diagnosticar e acompanhar doenças como a retinopatia diabética, hipertensão ocular e degeneração macular.
  • OCT – Tomografia de coerência óptica: OCT é uma técnica de imagem que produz imagens detalhadas da retina, permitindo avaliar as suas diversas camadas. É especialmente útil no diagnóstico e monitorização de doenças como o edema macular, buraco macular e degeneração macular relacionada com a idade.
  • Retinografia: Este exame fotográfico capta imagens do fundo do olho, sendo particularmente útil para documentar e comparar alterações retinianas ao longo do tempo. Doenças como a retinopatia diabética ou hipertensiva, bem como outras patologias da retina, podem ser monitorizadas através da retinografia.
  • Outros exames: Existem ainda muitos outros exames complementares na oftalmologia, tais como a biometria ocular, que mede o comprimento axial do olho, ou a avaliação do filme lacrimal com técnicas não invasivas como o Keratograph 5M através de testes da lágrima mais simples  e mais antigos como o BUT ou o Schirmer, que avaliam a produção e a qualidade da lágrima e que são utilizados no diagnóstico da síndrome do olho seco.

Em conclusão, a panóplia de exames disponíveis na oftalmologia permite uma avaliação detalhada e específica de cada estrutura ocular. Esta especificidade é fundamental para um diagnóstico preciso e para garantir que os pacientes recebem o melhor tratamento possível para as suas condições oculares.

Conclusão

A campimetria estabeleceu-se firmemente como uma ferramenta inestimável no âmbito da oftalmologia. O olho humano, sendo a janela para o mundo à nossa volta, desempenha um papel crucial na nossa qualidade de vida. Da mesma forma que valorizamos a nitidez da nossa visão central, é vital reconhecer a importância do nosso campo visual periférico. O campo visual não só nos permite apreciar a amplitude do mundo, mas também desempenha um papel crucial em tarefas diárias, desde a leitura à condução.

A campimetria, sendo capaz de identificar anomalias e patologias em estágios iniciais, demonstra o quão vital é a prevenção e o diagnóstico precoce. A nossa saúde ocular, tal como outros aspectos da nossa saúde, necessita de vigilância regular e cuidados preventivos.

A sua visão é um bem precioso e merece o melhor cuidado possível. Não espere por sintomas ou alterações perceptíveis. O mundo da oftalmologia tem evoluído constantemente, proporcionando-nos ferramentas como a campimetria para garantir que os nossos olhos estejam no seu melhor estado. Agende hoje mesmo uma consulta consulta com um dos nossos especialistas em oftalmologia através do nosso Whatsapp 969 884 965 (chamada para rede móvel nacional) ou contacto direto 222 026 669 – 919 870 967 (chamada para rede fixa e móvel nacional).

Lembre-se: um exame regular pode ser a chave para identificar potenciais problemas em estágios iniciais, permitindo intervenções que podem salvar a sua visão. Proteja o seu olhar, valorize a sua visão.