São poucas as pessoas no mundo que nascem com a mesma graduação (erro refractivo) em ambos os olhos. Quando isso não acontece o nosso cérebro tenta compensar essa diferença entre os olhos e assim, qualquer condição tende a passar despercebida.
No entanto, pessoas que apresentam anisometropia têm uma diferença significativa na visão entre os dois olhos (superior a 2-3 dioptrias), o que interfere na visão binocular ou visão estereoscópica normal.
Isto significa que pessoas com essa condição vêm uma imagem maior num olho e menor no outro, tendo como resultado um embaciamento geral da visão. Além disso, a anisometropia pode causar outra condição visual chamada de ambliopia, também conhecida por olho preguiçoso.
Existem três tipos diferentes de anisometropia categorizadas do seguinte modo:
- Anisometropia simples – ocorre quando um indivíduo tem apenas um olho que apresenta um erro refrativo. O olho pode ter hipermetropia ou miopia. Nesta condição o indivíduo vê de um olho uma imagem embaciada enquanto do outro vê uma imagem nítida.
- Anisometropia composta – ocorre quando ambos os olhos sofrem de hipermetropia ou miopia. Nesta condição o indivíduo tem uma diferença significativa de erro refrativo nos dois olhos. Como resultado, embora ambos os olhos vejam imagens embaciadas, um dos dois vê significativamente mais embaciado.
- Anisometropia mista – este é o último tipo. É quando ambos os olhos têm erros refrativos distintos. Um olho é miope e o outro hipermétrope.
Quais os sinais e sintomas de anisometropia?
De um modo geral, com anisometropia, vemos uma imagem mais embaciada com um olho do que com o outro. O indivíduo também pode notar que as imagens divergem nas dimensões entre ambos olhos. A anisometropia também pode resultar em diplopia.
Alguns sintomas podem incluir:
- Fadiga ocular
- Má percepção de profundidade
- Dores de cabeça (cefaleias)
- Náuseas
- Sensibilidade à luz
- Cansaço
- Tonturas
- Dificuldade na leitura
Embora a anisometropia possa estar presente desde o nascimento, não será possível diagnosticar até ao primeiro exame oftalmológico na infância.
As crianças que têm anisometropia podem não apresentar nenhum sintoma. Os pais devem estar atentos a qualquer olhar, preferencialmente, um desvio de olhar ou falha em atingir objetivos de desenvolvimento, especialmente no que se relaciona à mobilidade ocular.
As crianças com esta condição tendem a queixar-se de visão embaciada ou dores de cabeça. Por este motivo é fundamental todas as crianças fazerem um exame à visão abrangente por um oftalmologista durante os primeiros anos de vida para que possa ser detectado algum problema ocular. Estima-se que pelo menos 6% das crianças entre 4 e 18 anos sofrem desta condição visual.
Quais as causas possíveis para a anisometropia?
Há diferentes razões pelas quais um indivíduo pode ser afetado pela anisometropia, sendo elas as seguintes::
- Um desenvolvimento desigual entre os olhos
- Durante a cirurgia de catarata, há um erro de cálculo da lente
- Defeitos inatos no olho
Quando uma pessoa tem visão normal, a imagem da retina para cada olho tem aproximadamente a mesma forma e tamanho. Em imensos casos, a diferença entre os tamanhos das imagens é 5%. O cérebro pode lidar com diferenças de até 5%, antes que a sua visão comece a ficar comprometida negativamente. Se tem anisometropia, a diferença nas imagens é maior que 5% e pode chegar a 20% de diferença.
Qual o tratamento para Anisometropia?
A anisometropia pode ser tratada de algumas formas. É muito comum usar lentes de correção, mas funcionam apenas para aqueles que tenham uma diferença menor que 3 dioptrias entre ambos os olhos.
Em criançascom anisometropia elevada e com idade inferior a 12 anos, geralmente é recomendado que a visão seja corrigida com lentes de contacto. Isso garante uma melhor acuidade visual possível em ambos os olhos, pois as lentes de contacto podem ajudar no seu desenvolvimento.
Crianças com anisometropia inferior a 2 dioptrias, idade superior a 12 anos e adultos geralmente podem usar lentes de contacto ou óculos para corrigir a sua visão. Assim em indivíduos com anisometropia grave geralmente é recomendado o uso de lentes de contacto.
O método de tratamento favorito dos pacientes mais velhos com anisometropia é a cirurgia refractiva, que pode resolver permanentemente grande parte dos problemas ou todo o problema. As terapias cirúrgicas habituais são:
Cirurgia refractiva da córnea
Utilizada para melhorar o erro refractivo, esta cirurgia pode corrigir miopia unilateral, hipermetropia e astigmatismo.
Remoção do cristalino
O cristalino é a lente natural do olho. Para algumas pessoas, remover esta lente pode de facto melhorar a visão. Após este tipo de intervenção é possível ainda ajustar a visão através do uso de óculos especiais ou outras cirurgias.
Implante de lente intraocular
O implante de lente intraocular (LIO) é uma cirurgia relativamente comum em pacientes com catarata ou astigmatismo. Há diversos tipos de cirurgia, mas os dois mais comuns são o LASIK ou a implantação de uma lente fáquica, isto é de uma lente semelhante à usada na cirurgia de catarata mas num doente com cristalino. Ambas as técnicas têm como objectivo reduzir a dependência de óculos ou lentes de contacto.
No entanto, a cirurgia a laser para miopia ou LASIK só é recomendada até às 6-7 dioptrias. Assim, na impossibilidade de poder realizar a cirurgia LASIK por erro refrativo elevado (> 7 D) ou córnea demasiado fina, podem ser usadas lentes intra-oculares de câmara anterior ou posterior (LIOs Fáquicas) para a correção desejada da hipermetropia, miopia e/ou astigmatismo.
Neste caso é necessária uma avaliação pré-operatória cuidada e segura, nomeadamente uma avaliação prévia do endotélio da córnea e a medição da profundidade da câmara anterior.
Conclusão – ao verificar visão desfocada ou embaciada, má percepção de profundidade, dores de cabeça e se está com dúvida em relação à possibilidade de sofrer de anisometropia ou se pretende realizar um exame oftalmológico abrangente para o seu filho(a) pode utilizar o nosso Whatsapp – 969 884 965 ou 222 026 669 – 919 870 967 (chamada para rede móvel e fixa nacional), onde os nossos profissionais altamente qualificados vão esclarecer todas as suas dúvidas.
Confie a sua saúde visual a quem, melhor do que ninguém, conhece os seus olhos!